A discussão e a polémica fazem parte da essência do jogo. Existem erros, falhanços, oportunidades perdidas de tocar o céu, por vezes uma vida inteira de desgraças. Outros, pelo contrário, alcançam a glória com facilidade, tudo lhes corre bem, são bem sucedidos no que fazem. É a lei do futebol: uns ficarão felizes, outros frustrados por não terem alcançado o objectivo. O espectador, desligado de clubismos, quer ver os seus ídolos em campo, ter um tempo bem passado, noventa minutos que passam como se fossem cinco, um espectáculo que lhe agrade. Actualmente, não é necessário sair de casa. Basta colocar a televisão no canal certo. Vê os melhores jogadores, o encanto dos outros futebóis. Outros, pois.
O futebol português, para os verdadeiros amantes do desporto no seu estado mais simples, fica relegado para outro plano. Porquê? É simples: em Portugal, os jogadores não são os protagonistas, até o próprio futebol fica atrás das rivalidades que extravazam a esfera desportiva. Não há competição, há guerras. Não há adversários, há inimigos. Não há espectáculo, há a ânsia de ganhar para mostrar ao rival que se é superior. Por isso, os túneis ganham destaque, iniciam-se lutas verbais para hostilizar tudo e todos, a suspeição instala-se, o fantasma da corrupção regressa bem forte, os clubes esquecem o jogo dentro do relvado.
O futebol português, a cada dia, torna-se menos interessante. Deixa de ser futebol. Para onde caminhamos?
Bom Artigo.